Review: Lady Cobra (Riding Panico)


Metal? Rock? Pós-Rock frenético? Ambiental? Indie? Qualquer outra definição ou rótulo? Tudo é possível para descrever o primeiro disco a sério dos lisboetas Riding Panico. Composto por sete músicos, dos quais três guitarristas e, curiosamente, nenhum vocalista, junta elementos de colectivos como If Lucy Fell ou Men Eater. Lady Cobra mostra como é possível fazer rock/metal sem que a presença da voz seja um problema. Intempestivo e poderoso quando deve ser, calmo quando convém, assim se pode definir este conjunto de seis canções, dois interlúdios e um post-ludio, plenas de densidade e texturas sonoras melancólicas e dissonantes. A produção de Makoto Yagyu nos Blacksheep Studios em Mem Martins bem como a mistura e masterização efectuadas nos Estados Unidos por, respectivamente, Chris Common e Ed Brooks são excelentes e ajudam a criar toda uma áurea de envolvência e misticismo. Os temas são, na sua maioria, longos o que permite ao colectivo explanar toda a sua criatividade, desenvolvendo os temas quase de uma forma jazzistica, sem regras pré-definidas. Por vezes chegam a cair no exagero e de melancolia passa-se, num instante, para monotonia, como acontece em One Winged Cessna onde a repetitividade acaba por se tornar cansativa. Pelo meio há a introdução, embora de uma maneira fugaz, de dois novos elementos: o violoncelo de Daniela Rodrigues e a harpa de Eduardo Raon (Hypnotica). São dois instrumentos com uma sonoridade fabulosa que ajudam à excelência do resultado final. Destaques para E Se A Bela For O Monstro, Roses And Razors e Volvo.


Tracklisting:
1.E Se a Bela For o Monstro
2. Running Kids
3. One Winged Cessna
4. Naja
5. Roses And Razors
6. Vox Humana
7. Capelo
8. Volvo
9. Áspide


Lineup: J. Manso (guitarra), C. António (bateria), M. Yagyu (baixo), J. Nogueira (guitarra), M. Correia (guitarra), J. Pereira (teclados), A. Lourenço (sounds)


Myspace: www.myspace.com/ridingpanico

Edição: Raging Planet (http://www.ragingplanet.pt/)

Nota VN: 16,2 (2º)

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