Os germânicos Hard Riot
estão de regresso com o segundo álbum para a Pitch Black Records. Trata-se de The Blackened Heart e, como o próprio
título deixa antever, trata-se de um disco mais pesado e poderoso que o
antecessor Living In A Fast Lane.
Michael Gildner, com a ajuda de Andreas Rockrorh numa questão, falou-nos deste
novo álbum e das peripécias vividas pela banda nos últimos dois anos.
Olá Michael! Obrigado pela
tua disponibilidade. Novo álbum cá fora e acredito que estejam plenamente satisfeitos
com The Blackened Heart?
Bem,
obrigado pelo teu interesse em nós! Sim, estamos totalmente satisfeitos com The Blackened Heart. Os riffs, as letras, o som e o artwork, tudo está como nós queríamos
que saísse.
Este novo álbum acaba por
ser um passo em frente relativamente a Living
In A Fast Lane. É mais pesado,
mais escuro e mais rápido. Concordas com este ponto de vista? Era esse o vosso objetivo
para este álbum?
(Risos)
A tua pergunta mostra que atingimos o nosso objetivo! Sim, nós queríamos dar um
passo em frente com este disco. LOAF foi uma estreia muito boa, mas tivemos
muito que aprender e ainda estamos a aprender. O som era a grande preocupação
para nós neste momento. Queríamos uma sensação mais pesada para a nossa música
e com a excelente ajuda do nosso produtor Vagelis Maranis (dos Maranis Studios,
Backnang, Alemanha), atingimos esse objetivo. Quanto às canções serem mais
escuras: eu estava numa fase descendente da minha vida e não sabia para onde estava
a ir. Tentei por tudo cá fora e realmente consegui e ajudou. Foi assim que surgiram versos como “What if this would
be the end”. A
música é terapia, a música é vida. Mas não te preocupes, estou bem outra vez!
Dois anos se passaram desde
Living In A Fast Lane. Suponho que tiveram
tempo suficiente para trabalhar neste novo álbum de uma forma calma, sem
qualquer tipo de pressão...
Sim,
não tivemos pressão, como disseste. Tivemos a nossa liberdade para chegar a
novas ideias. Estivemos mais focados em vocais melódicos desta vez, porque em
LOAF escrevemos a maioria dos vocais depois dos riffs. Poderíamos ter escrito dessa forma mas o resultado é mais do
que satisfatório para nós.
No mesmo período, perderam
o vosso baixista. Isso afetou o vosso ritmo de trabalho ou não?
Não,
isso não aconteceu. Foi uma pena que Mario tenha deixado a banda, mas ele tinha
boas razões pessoais para dar este passo. Só para esclarecer, ainda somos
amigos e tudo, mas o fator tempo foi um problema aqui. No entanto, conseguimos
preencher essa lacuna para as apresentações ao vivo com o nosso bom amigo Mat.
Ele juntou-se a nós durante alguns meses em 2012 e 2013, mas foi uma coisa
temporária desde o início.
E parece que têm alguns
problemas com o baixista, porque, aparentemente, agora são um trio: Heiko chegou
a sair? Há aí uma grande confusão…
Isso
não é verdade. Heiko Härle juntou-se à banda durante as gravações finais e
agora é membro permanente dos Hard Riot. Mas existe uma história engraçada, na
verdade: quando ele entrou no nosso estúdio para tocar violino em Last Goodbye, tive um telefonema de um
potencial novo baixista. Durante essa chamada ele recusou-se juntar à banda e
eu comecei a pensar. Umas semanas depois, comecei a brincar com Heiko via WhatsApp e ele escreveu: "Ei, se
vocês não conseguirem encontrar um baixista em breve, vou-me juntar a
vocês!" Voltei a entrar em estúdio e perguntei-lhe se ele se lembrava do
que tinha escrito naquele dia. E pedi-lhe para se juntar a nós. Um pouco
confuso por causa dessa pergunta direta, ele disse que sim. Uma decisão da qual
nunca vai se arrepender.
Então foi Heiko quem tocou
violino? E o banjo?
Sim,
o violino foi tocado pelo nosso baixista Heiko Härle. Ele é um músico de
verdade. Ele toca baixo, guitarra, canta e toca violino. Mas, provavelmente
toca alguns outros instrumentos e nós ainda nem sabemos! Para o banjo tentamos
encontrar um músico, mas isso tornou-se uma pesquisa difícil, portanto
decidimos que o nosso produtor Vagelis Maranis o deveria fazer através de
programações e fez um ótimo trabalho.
E de onde veio essa
inspiração de uma música como Devils BBQ,
com todas aquelas influências country?
Foi
Andreas quem escreveu essa música, portanto, é ele quem deve responder a esta:
além do hard rock e NWOBHM, sou fortemente influenciado pelo
blues do sul e por isso também comecei
a tocar harmónica. Esta música áspera, suja e, ao mesmo tempo, honesta e
autêntica e vem direta da minha alma. É por isso que o blues arde nas minhas composições. Depois de uma viagem aos EUA,
fui apresentado à música country e,
especialmente, a uma canção The Devil
Went Down To Georgia que realmente me toca. Essa música foi a minha
inspiração, quando escrevia Devils BBQ.
Ela tem aquela vibe do sul e letras
sábias o que te levará a dizer que "o inferno não é um mau lugar para se
estar." Durante as gravações, conversamos com nosso produtor Vagelis
Maranis sobre fazer algo assim e ele tinha muitas ideias. Por exemplo, incluir
banjos ou o violino, só para citar algumas. Acho que o resultado é
surpreendente. Esta é uma música muito divertida de se tocar! A minha
recomendação: abram as janelas e ponham isso a tocar bem alto!
Como surgiu a colaboração
com Richard Sjunnesson?
Richard
e eu tornamo-nos amigos em meados de 2012. Eu sempre fui um fã dos Sonic
Syndicate e quando soube que ele deixou a banda, tentei segui-lo no que ele fez
de seguida. Ele formou os The Unguided e gostei ainda mais da sua música! Um
dia, ainda durante a planificação do lançamento de Living In A Fast Lane, escrevi-lhe um e-mail a ver se ele poderia dar uma audição ao nosso primeiro single, Hellfire Rock. Ele gostou e começamos a escrevermo-nos um pouco
mais. Conhecemo-nos durante o Summer
Breeze Festival 2012 e falamos sobre a nossa música e como seria fixe fazer
algo juntos. Disse-lhe que se escrevesse uma música suficientemente pesada onde
a sua voz se encaixasse, lhe dizia alguma coisa. Em dezembro de 2012, escrevi The End e todos nós sabíamos que essa
era a música que eu falava.
Já têm algum vídeo extraído
deste álbum? Há algo planeado nesse sentido?
Infelizmente
ainda não temos qualquer vídeo, mas estamos a preparar algo. Depois informamos!
Têm alguma tour já planeada?
Temos
alguns shows em festivais mais
pequenos na Alemanha este ano e estamos a tentar fazer alguns clubshows no final do ano. Esperamos
poder mostrar o álbum em alguns lugares novos este ano, mas vamos ver.
Bem Michael foi um prazer ter
feito esta entrevista. Queres acrescentar mais alguma coisa?
Mais
uma vez obrigado pelo teu interesse! Esperamos que vocês gostem do nosso novo
álbum The Blackened Heart e que
gostem de nós! E quem sabe, talvez o próximo álbum seja ainda mais pesado. Keep on rockin'
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